2020 tem sido um ano completamente atípico a todos os níveis. Este maldito vírus, que nos afectou a todos, colocou em dúvida tudo o que tínhamos planeado, o que nos fez pensar muito bem sobre o tema de viajar em tempos de pandemia.
Tínhamos definido no início do ano praticamente todas as viagens que faríamos em 2020. São Petersburgo em Fevereiro foi ali mesmo no “fio da navalha”, pois alguns dias após o regresso, rebentou a “bomba” Covid 19 na Europa. Felizmente essa viagem conseguimos fazê-la em completa normalidade.
De seguida tínhamos planeado uma visita às Canárias em Maio, viagem essa que rapidamente percebemos que não seria de todo possível.
Surgiu então o Verão, quando a situação pandémica acalmou um pouco, as companhias aéreas começaram a operar alguns voos, a Europa foi reabrindo aos poucos, e de certa forma as nossas vidas foram voltando a ter um pouco de “normalidade”.
Foi então que começámos a interrogar-nos sobre se seria possível/aconselhável fazer a nossa viagem de Verão, sendo que as datas planeada eram para inícios de Setembro.
Fomos marcando a viagem à medida que foram surgindo oportunidades, sempre com a preocupação de reservar tudo com cancelamento gratuito ou com algum de tipo de possibilidade alteração sem custos, caso fossemos realmente impedidos ou simplesmente optássemos por não viajar.
Tudo nesta viagem foi marcado em função desta pandemia, pois tínhamos muita vontade de viajar (sempre), mas só o faríamos com o mínimo de condições de segurança.
Viajar em tempos de pandemia – Como foi
Destinos
Do plano inicial (pré-Covid), constava uma viagem para fora da Europa, situação essa que colocámos imediatamente de parte. Seria impensável (e muito provavelmente impossível), viajar em tempos de pandemia para algum lugar longínquo com menores condições de segurança.
Teria também que ser um destino que tivesse a suas fronteiras abertas a cidadãos portugueses, sem qualquer restrição. (É possível consultar a situação actualizada de cada país da União Europeia aqui.)
Assim sendo, decidimos que a ir para algum lugar fora de Portugal, teria que ser na Europa, garantindo-nos em caso de necessidade, bons cuidados médicos, e de certa forma, podermos estar mais perto de casa.
Após alguma pesquisa, optámos por Croácia e Montenegro. Várias revistas e blogues da especialidade indicavam estes dois destinos como dos mais seguros em termos de números, relativamente a Covid 19, e o facto de estarmos na União Europeia (no caso de Montenegro algo parecido), faria com que pudéssemos pelo menos, sentirmo-nos um pouco mais seguros.
Estivemos até aos últimos dias para decidir se iríamos ou não, e felizmente optámos por ir.
Aeroportos e voos
Transitámos por três aeroportos diferentes durante a nossa viagem, e todos eles com um denominador comum: um tráfego de pessoas reduzidíssimo!
Com efeito, talvez tenhamos tido sorte pois já ouvi relatos contrários, mas a verdade é por onde passámos, havia sempre muito pouca gente (diria que menos 70 ou 80% do número de pessoas que habitualmente vemos num qualquer aeroporto).
Os voos em si, com muito pouca ocupação (o voo mais concorrido talvez fosse a 50%), o que permitiu um bom espaçamento entre os passageiros. Também o embarque e desembarque foi feito por fila, sem os habituais aglomerados de pessoas ao entrar e sair do avião. A máscara obviamente obrigatória, desde que se entra até que se sai do aeroporto, em todos os momentos.
Resumindo, a experiência de voo foi muito satisfatória, e apesar de ser uma das situações que mais me preocupava, acabou por ser uma boa surpresa.
(Dicas como obter os melhores voos aqui.)
Alojamento e transporte
Em termos de alojamento, decidimos optar por apartamento em vez de hotel.
Eventualmente teríamos tomado a mesma decisão em qualquer altura, uma vez que os preços são bastante díspares entre uma coisa e outra.
Nesta altura, foi ainda mais importante ficar alojado num lugar onde contactássemos com o mínimo de pessoas de possível.
No que diz respeito a transportes, a ideia foi evitar todo e qualquer tipo de transporte público, pelo que alugámos carro para praticamente todos os dias. Além de nos dar independência e mobilidade, reduzia aqui também ao mínimo, o contacto com outras pessoas.
Dia a dia
O quotidiano das nossas férias acabou por não ser muito diferente do habitual, com mais cuidados é certo, mas disfrutámos como em qualquer outro ano, o que nos deixou muito satisfeitos.
Tudo o que escolhemos fazer foi em função do número de pessoas que frequentavam os locais no momento (praias, restaurantes, cafés, etc.)
Nunca estivemos em locais com muita gente, até porque na verdade não havia muita gente, em lugar nenhum! Até mesmo nos locais mais conhecidos, normalmente muito visitados e repletos de pessoas, foi possível circular com distanciamento social e muita tranquilidade.
Teríamos que ter alguma compensação pelo facto de arriscarmos viajar em tempos de pandemia, não é? Neste caso, permitiu-nos visitar lugares fantásticos, quase como se fossem só para nós!
Concluindo, o balanço foi realmente positivo, e acredito que por termos sido muito cuidadosos e termos seguido todas as indicações de segurança, tivemos a melhor experiência possível.