Com o final de 2019 à porta, estava quase decidido não fazermos mais viagens nesse ano. Entretanto surgiu a possibilidade de visitarmos amigos que vivem em França, e dessa forma, passearmos pelo menos, por um dia em Paris.
Era uma oportunidade boa demais para não aproveitarmos!
Já contávamos três viagens feitas durante o ano, o que nos levou praticamente todos dias de férias disponíveis, bem como, grande parte do nosso orçamento. Porém, a possibilidade de não fazermos a nossa habitual viagem de Natal, deixava-nos algo tristes.
Surgiu então a ideia de visitar uns amigos que vivem nos arredores de Paris. Porque não?? Tantas vezes tínhamos falado nessa hipótese, esta parecia a oportunidade perfeita.
Além disso, seria uma forma de viajarmos de forma mais económica, uma vez que não iríamos ter custos com alojamento.
Assim, após algumas pesquisas online, conseguimos dois voos bastante convenientes. Sairíamos do Porto numa sexta-feira ao final da tarde, para regressar depois no domingo à noite, ou seja, sem ser necessário recorrer a dias de férias.
Um fim de semana para passear por Paris em pleno mês de Natal, e ao mesmo tempo rever velhas amizades, era sem dúvida o plano perfeito.
A cidade não era uma novidade para nenhum de nós, uma vez que, embora não juntos, já a havíamos visitado no passado.
No meu caso já lá iam 10 anos, na verdade, tempo demais!
Paris, a bela Paris
A capital francesa está sempre na moda! É uma cidade de artes, de cultura, de gastronomia, e de tantas outras coisas que fazem dela uma das mais incríveis do Mundo.
Paris é sempre uma boa ideia – Audrey Hepburn
Para o “nosso” fim de semana previa-se um tempo bastante invernal, com um sábado maioritariamente cinzento, com alguns tímidos raios de sol, e um domingo bastante frio e chuvoso.
Com vista a obter o “melhor dos dois mundos”, reservámos para sábado uma incursão pela cidade, enquanto que no domingo passaríamos o dia com os nossos amigos (e tínhamos tanta conversa para por em dia!)
Com apenas algumas horas para visitarmos a cidade, foi imperativo fazer escolhas no que diz respeito ao que queríamos ver e fazer. Tal como em outras ocasiões, privilegiámos as ruas e os exteriores, e neste caso foi mesmo imperativo, por uma questão de escassez de tempo.
Na verdade não foi algo que nos incomodasse muito, uma vez que, trocamos facilmente qualquer entrada em museu ou palácio, por vaguear pelas ruas mais típicas de qualquer lugar no mundo!
Não foi propriamente fácil escolher o percurso até porque sabíamos que seria necessário abdicar de algumas coisas em prol de outras.
Independentemente disso o resultado foi um dia fantástico.
Como fomos
Ida
Percurso | Meio | Companhia | Custo p/ pessoa |
---|---|---|---|
Porto --> Paris Orly | Avião | TAP | 39,67€ |
Volta
Percurso | Meio | Companhia | Custo p/ pessoa |
---|---|---|---|
Paris CDG --> Porto | Avião | EasyJet | 86,40€ |
Apesar do voo de regresso ter sido algo caro, tivemos em conta que no período que antecede o Natal se viaja imenso de França para Portugal, e as companhias aéreas sabendo disso, aproveitam para “carregar” nos preços.
Também o facto de não termos qualquer flexibilidade de datas nos “obrigou” a aceitar a tarifa proposta, e visto que o horário era óptimo, achámos que valia muito a pena.
Não precisámos de qualquer transfere de/para o aeroporto, pois os nossos amigos fizeram questão de nos ir buscar e levar (obrigado Filipe!).
Greve geral
De todos os fins de semana em que poderíamos ter viajado para Paris, tivemos a “pontaria” de escolher um de greve geral dos transportes. Resultado: metro, comboios, grande parte dos autocarros, estavam completamente paralisados!
Visto que o nosso “alojamento” ficava a cerca de 10 km do centro de Paris, tivemos que recorrer a Uber para nos deslocarmos de/para a cidade. Acabámos por gastar quase 100€ nas duas viagens, o que atingiu um pouco o orçamento. A verdade é que não tínhamos muitas alternativas, e acabou por ser mais confortável.
A greve condicionou também o nosso plano geral para o dia, visto que teríamos que fazer TUDO a pé… O meu primeiro pensamento foi: começar em Montmartre! Partir do ponto mais elevado revelou-se uma excelente ideia, pois em matéria de ruas íngremes é sempre melhor descer do que subir, não é?
Por volta das 10h o nosso Uber deixou-nos em mesmo frente ao Sacré Coeur, ponto de partida para nosso passeio.
Um dia em Paris – O nosso percurso
Sacré Coeur
O Sacré Coeur (Basílica do Coração Sagrado), é um dos monumentos mais icónicos de Paris.
Situada no coração do bairro de Montmartre, esta igreja católica romana tem uma das mais belas vistas panorâmicas sobre a cidade, a cerca de 130 metros de altitude. (Informações sobre horários e preços aqui.)
A Basílica do Coração Sagrado é inevitavelmente, um dos mais locais mais bonitos e procurados de Paris.
Bairro de Montmartre
Localizado no topo da colina, trata-se de um bairro boémio e charmoso, de pequenas ruas que sobem e descem, repletas de casas coloridas e todo o tipo pormenores deliciosos.
Não faltam os cafés, lojas e os artistas de rua exibindo as suas obras um pouco por todo o lado. A Praça de Tertre e ruas adjacentes são imperdíveis, pois retratam a essência da cidade na perfeição.
Com mais tempo, teríamos certamente passado o resto da manhã por ali.
Rua Lepic e o Moulin Rouge
Descemos a encantadora Rua Lepic em direcção à parte mais “noctívaga” de Montmartre, junto à Praça Pigalle.
Por esta área encontramos inúmeros bares, e outros espaços de diversão nocturna, entre elas o cabaré mais famoso de Paris: o Moulin Rouge.
É uma parte da cidade que apenas ganha vida após o pôr-do-sol, com as suas ruas concorridas e letreiros luminosos, pelo que visitar durante o dia é um pouco menos interessante.
Ainda assim, serviu para registarmos o momento na nossa memória e algumas fotografias para a posterioridade.
Galerias Lafayette e Ópera Garnier
Continuámos a descer pelas ruas Blanche e Chausseé d’Antin até chegarmos às Galerias Lafayette.
As Galerias Lafayette são nada mais nada menos do que uma enorme loja de “tudo”! São 10 pisos de roupa, cosméticos, sapatos, brinquedos e muitos outros artigos de todas as naturezas possíveis e imaginárias.
Não entrámos, porque além de não ser o nosso “tipo de lugar”, estava imensa gente! (certamente cortesia da época natalícia).
Prosseguindo, encontrámos pouco depois o edifício da Ópera, o espectacular Palais de Garnier.
A Ópera Garnier é um imponente edifício do séc. XIX, que inspirou vários livros e peças, entre elas o célebre “Fantasma da Ópera”.
De todos os monumentos que vimos em Paris, este foi um dos que mais me impressionou pela beleza exterior.
Talvez também porque precisamente nessa altura, o sol espreitou por entre as nuvens reflectindo nos pormenores dourados do edíficio. Muito bonito, mesmo!
A julgar pelas fotos que vemos online, tenho a certeza que vale muito a pena visitar também o interior, algo que não fizemos por razões que entretanto já expliquei.
Em todo o caso deixo o link directo para informações sobre horários e preços.
Jardins do Louvre
Seguindo pela Avenida da Ópera chegámos ao “famosíssimo” e gigantesco Museu do Louvre.
No exterior, a célebre pirâmide de vidro que faz as delícias dos visitantes e que figura em quase todas as fotografias do museu.
Como sempre, a fila para entrar era imensamente extensa, e certamente precisaríamos de um dia inteiro (talvez mais) para visitar aquele que é um dos maiores e mais relevantes museus do Mundo.
Maybe next time!
Jardins das Tulherias e Mercado de Natal
Continuámos logo de seguida em direcção a um dos lugares que mais expectativa nos criou: o Jardim das Tulherias e o seu Mercado de Natal. (Para todos os efeitos esta era uma viagem de Mercados de Natal!)
O Jardim das Tulherias (Jardin de Tuileries) é um dos muitos parques de Paris, e o primeiro a ser aberto ao público. É actualmente um dos parques mais populares da cidade.
Além de ser um espaço muito agradável, um dos Mercados de Natal mais importantes da cidade realiza-se precisamente ali.
Foi certamente um dos Mercados de Natal mais completos que visitámos, pois havia imensas “barraquinhas” de comidas, e cada uma mais deliciosa que a outra. Havia também vários tipos de diversões, pista de gelo, roda gigante, e muita oferta dos mais variados tipos de souvenirs.
Foi realmente mágico poder experimentar um bocadinho da magia do Natal na cidade-luz!
Terminámos a visita às Tulherias saindo em direcção à Praça de la Concorde, a maior praça da capital francesa, e lugar de relevância histórica.
Desde a Ponte Alexandre III até à Torre Eiffel (junto ao rio Sena)
Passear junto às margens do rio Sena é programa “obrigatório” em visita à cidade.
Observar os Bateau-Mouche, as embarcações típicas do Sena, subindo e descendo o rio enquanto caminhamos calmamente junto à margem revelou-se uma actividade bem relaxante.
É possível andar nestes barcos turísticos, mas no nosso caso, acabámos por não o fazer. A verdade é que nos soube tão bem aquele passeio junto ao rio que nem pensámos nisso!
Esta etapa consistiu então em seguirmos desde a Place de la Concorde até à Ponte Alexandre III, atravessar para a outra margem e continuar paralelamente ao rio até chegarmos finalmente à Torre Eiffel.
A Ponte Alexandre III tem o título não oficial de “ponte mais fascinante de Paris”.
Trata-se de uma obra-prima à data da sua construção (por volta de 1900), onde se destacam as 4 torres de 17 metros de altura, bem como os 4 cavalos alados cor de ouro.
É certamente uma das pontes mais bonitas de que tenho memória!
Continuámos então com destino ao monumento mais famoso de Paris e certamente um dos mais célebres do Mundo: a Torre Eiffel.
Mais do que a torre em si, o nosso objectivo eram as ruas vizinhas, onde se conseguem algumas das fotos mais giras de Paris (pelo menos na nossa opinião!)
Não é todos os dias que fotografamos com a atracção turística mais visitada do Mundo em plano de fundo!
Existe a possibilidade de subir até ao topo da torre mas para isso é necessário ter coragem para enfrentar as filas enormes e recorrentes. Não, obrigado! Até porque ao contrário do que se diz, não acho que a Torre Eiffel tenha a “vista mais bonita de Paris”.
Como poderemos ter a melhor vista de Paris se não conseguimos ver o seu monumento mais importante? Sim, a própria Torre Eiffel!
Penso que faz muito mais sentido subir ao alto dos mais de 200 metros da Torre de Montparnasse, que nos dá uma perspectiva de Paris com a Torre Eiffel incluída, enfim, opiniões.
Mais informações sobre horários e preços da Torre de Montparnasse aqui.
Trocadéro
Outro dos locais onde temos uma perspectiva fantástica da Torre Eiffel é nos Jardins du Trocadéro.
Desde a torre, basta atravessar para a margem contrária, que chegamos a este local muito famoso pelas vistas sobre a torre e cidade.
Todos os dias, centenas de turistas disputam os melhores spots para garantir a melhor perspectiva e por conseguinte a melhor fotografia.
Confesso que também nos esforçámos por conseguir o melhor local possível pois a vista é mesmo muito boa!
Arco do Triunfo e Campos Elísios
A noite chegava, e estava cada vez mais frio, o que significava que o nosso passeio estava a chegar ao fim. Tínhamos jantar marcado com os nossos anfitriões e não queríamos chegar atrasados.
Seguimos então pela a Avenida Kléber até chegarmos ao Arco do Triunfo (Arc du Triomphe).
O Arco do Triunfo é um dos monumentos mais emblemáticos de Paris e um símbolo nacional, que homenageia as vitórias do exército francês sob o comando de Napoleão.
São 50 metros de altura, 45 de largura e 22 metros de fundo. Na sua base está o Túmulo em honra ao soldado desconhecido, erguido em 1921, que com a sua chama, representa todos os soldados franceses que perderam a vida na Primeira Guerra Mundial e que nunca foram identificados.
Inicia-se no Arco do Triunfo, umas das avenidas comerciais mais famosas do Mundo: a Avenida dos Campos Elísios (Champs-Elysées).
Descer os Campos Elísios significa descer uma das mais bonitas avenidas do pais, no nosso caso com o bónus da iluminação de Natal que conferia uma atmosfera ainda mais especial. As lojas e restaurantes de luxo estão espalhados por toda a avenida.
É uma das imagens de marca de Paris e um ponto de interesse a não perder.
Chegava assim a hora de regressar a casa.
O que vimos de Paris neste dia foi apenas uma “migalha” daquilo que a cidade tem para oferecer, no entanto, ficámos com a certeza de que aproveitámos ao máximo o tempo que tivemos, e isso é o mais importante.
Esperamos voltar muitas mais vezes a esta magnífica cidade!
Domingo
Tal como tínhamos planeado no início, o Domingo foi passado em família, pelo que foi tempo de pôr a conversa em dia e matar as saudades!
O dia esteve frio e chuvoso, portanto perfeito para o nosso programa caseiro, e uma vez que o nosso voo de regresso a Portugal partia apenas ao final do dia, tínhamos praticamente o dia todo para estar com os nossos amigos.
Obrigado por nos terem recebido tão bem e por fazerem com que nos tenhamos sentido verdadeiramente, em CASA! ♥

Quando nem tudo corre bem
Nem tudo correu como esperávamos neste fim de semana em Paris, pois passámos por alguns momentos de stress até conseguirmos voltar a Portugal.
Algo para contar nos próximos artigos!