2018 foi o ano de tornar realidade uma das viagens que sempre quisemos fazer. Surgiu a oportunidade de visitar Israel em 7 dias (tempo algo curto para tanta coisa para ver e fazer). Ainda assim, foi uma viagem que nos proporcionou das melhores experiências que temos até hoje.
Já há algum tempo que alimentava o sonho de poder um dia visitar a “Terra Santa”, principalmente desde 2017, quando comecei a pesquisar mais “a sério”.
Entretanto nesse ano, combinámos uma ida a Menorca com os My White Mornings e outros amigos (no futuro escreverei sobre essas férias maravilhosas).
E assim fizemos.
Chegado o início de 2018, voltei às pesquisas sobre Israel (na verdade, foi logo ao chegar das férias do ano anterior…)
Felizmente, depois de muito pesquisar voos, encontrei uma solução bem à nossa medida, para viajarmos no início de Setembro. Era tudo o que queríamos, pelo que tratamos de reservar no próprio dia!
Estado de Israel
Israel é um pequeno país, localizado no Médio Oriente, na costa oriental do Mar Mediterrâneo. Em seu redor estão o Líbano, Síria, Jordânia, Cisjordânia, Egipto e Faixa de Gaza.
Actualmente com cerca de 8,5 milhões de habitantes, Israel tem em Jerusalém a sua capital (embora com reconhecimento limitado por parte da comunidade internacional).
Trata-se de um país com uma impressionante herança histórica, cultural e religiosa, sendo, por isso, procurado por milhões de turistas de todo o mundo. Adicionalmente, os 273 km de costa, fazem das suas praias mediterrâneas um dos alvos preferidos dos turistas.
Muitas vezes associamos o Médio Oriente exclusivamente a países muçulmanos, mas é bom ter presente que não é o caso de Israel. Com efeito, a população muçulmana em Israel é uma minoria (cerca de 18%), sendo que a grande maioria é judaica (cerca de 75%).
O cristianismo situa-se nos 2% (maioritariamente israelitas árabes), seguido de outras minorias religiosas.

Israel em 7 dias – Como fomos
Actualmente, existem já voos directos de Portugal para Israel. O problema está em que os preços são invariavelmente altos, o que implica um orçamento bem superior (nós não queremos isso, não é)?
Assim sendo, companhias como a Ryanair e/ou Easyjet podem ser a solução, com voos para Telavive e Eilat a partir de várias cidades da Europa.
Neste caso, e uma vez que fomos visitar uns amigos a Barcelona antes de partirmos definitivamente para Israel, voámos primeiro para a cidade condal.
O voo Porto-Barcelona ficou por 46,50€ por pessoa na Ryanair (mais caro que o habitual, mas era a única hipótese).
Ida
Percurso | Meio | Companhia | Custo p/ pessoa |
---|---|---|---|
Barcelona --> Lyon | Avião | Easyjet | 23,30€ |
Lyon --> Telavive (Aeroporto Ben Gurion) | Avião | Easyjet | 43,98€ |
Aeroporto --> Telavive (alojamento) | Comboio | Israel Railways | 3,35€ |
No regresso, não havia transportes públicos a funcionar, por ocasião do feriado nacional Rosh Hashana, pelo que tivemos que contratar um transfere.
Durante o mês de Setembro têm lugar vários feriados em Israel, o que faz com que os transportes públicos sejam praticamente inexistentes.
Consulta aqui o calendário completo dos feriados judaicos.
Volta
Percurso | Meio | Companhia | Custo p/ pessoa |
---|---|---|---|
Telavive --> Aeroporto Ben Gurion | Transfer | Gettransfer | 20,00€ |
Telavive --> Lyon | Avião | Easyjet | 43,98€ |
Lyon --> Porto | Avião | Easyjet | 30,84€ |
Israel em 7 dias – Entrada no país
Documentação
Para os turistas portugueses, entrar em Israel é relativamente simples.
Não é necessário visto para estadas turísticas até 90 dias, pelo que apresentação de passaporte válido é suficiente. O passaporte deverá, no entanto, ter uma data de validade igual ou superior a 6 meses, a contar da data do regresso.
Ao contrário do que acontece em outros países, a autoridade israelita não carimba os passaportes dos visitantes. Ao invés, é emitido, à chegada, um cartão azul que o turista deverá guardar (muito bem guardado!) durante toda a estadia. É emitido um cartão semelhante (rosa) para a saída.
Esta situação acontece para que os turistas que visitam Israel não tenham, posteriormente, problemas em visitar alguns países árabes/muçulmanos. Estes recusariam imediatamente a entrada dos turistas ao primeiro vestígio de uma passagem por Israel.

Procedimentos de segurança
É de esperar também, uma segurança apertada tanto à entrada como saída do país. São feitas muitas perguntas, algumas delas parecem nem fazer muito sentido para nós turistas, mas tudo tem um propósito. Infelizmente Israel é um país com muitos inimigos, pelo que estes procedimentos são necessários para segurança dos seus habitantes e até para quem visita.
Assim sendo, se perguntarem (como aconteceu connosco) o que “tomámos ao pequeno almoço”, “o que vamos fazer a Israel”, ou “se somos casados ou não”, apenas responder com tranquilidade, só isso. Essencialmente devemos entender que não se trata de nada pessoal, mas sim um procedimento de segurança, pelo que quanto mais rápido respondermos, mais rápido seguimos viagem.
Também as bagagens podem ser alvo de vistoria minuciosa. No nosso caso, os nossos passaportes foram sinalizados com um autocolante para verificação adicional, pelo que fomos chamados à parte, para passarem as nossas bagagens a “pente fino”(até a minha carteira pediram para verificar!)
Finalizada a vistoria, foi-nos dada luz verde para prosseguir viagem.

Israel em 7 dias – Onde ficámos
Escolhemos Telavive como “base” para a nossa semana em Israel, a escolha óbvia na minha opinião.
Apesar de termos muito o que visitar noutros pontos do país, eram férias de verão, pelo que queríamos a praia por perto. Além do mais, Telavive é o coração de Israel e uma cidade absolutamente fantástica.
Além de fantástica, Telavive é uma cidade caríssima em quase todos os aspectos (provavelmente a cidade mais cara que alguma vez visitámos). O preço médio para quarto duplo em hotel anda por volta dos 150€ por noite. Escusado será dizer que se o objectivo é visitar o país de forma económica, é melhor começar por esquecer os hotéis…
Não só os hotéis são caros, mas o próprio preço da restauração e custo de vida em geral são muito altos, pelo que desde logo considerámos ficar alojados em apartamento. Neste aspecto, o Airbnb deu uma ajuda fabulosa, pois existem nesta plataforma, inúmeras opções de alojamento mais em conta.
Tive o cuidado de pesquisar apartamentos com cozinha, para que pudéssemos fazer algumas refeições em “casa”, porque convenhamos que, pequeno-almoço e jantar fora todos os dias em Telavive, é um bilhete só de ida com destino à bancarrota!
Assim, efectivamente encontrámos o lugar perfeito para nós: o TLV – Yossi’s Home, na Old North de Telavive, um dos bairros mais recomendados da cidade. Este quarto, na casa do simpático Yossi, está equipado com casa de banho privativa e cozinha, e embora bem pequeno, tem tudo o que é necessário. Além do mais, existe uma entrada separada do resto da casa, o que nos deu total privacidade.
Pagámos um total de 327,00€ para as 7 noites que lá ficámos, ou seja, custo-benefício imbatível!
Israel em 7 dias – Aluguer de carro
Como já referi, além de Telavive e das suas praias, o nosso plano passava por visitar outros pontos do país. Assim, e apesar da rede de transportes públicos ser muito boa, achámos que para alguns locais o carro seria essencial.
Após alguma pesquisa e por aconselhamento da comunidade no fórum do Tripadvisor, escolhemos a Eldan, que nos fez o preço de 93€ para 3 dias com seguros incluídos.
De notar que em Israel, mesmo com todos os seguros incluídos é quase sempre necessário deixar uma caução em cartão de crédito (coisa que eu detesto). Inicialmente foi-nos pedida uma caução de $800, mas depois de “negociar”com o funcionário (bastante simpático por sinal), foi aceite uma caução de $500.
Nota: é necessário apresentar passaporte para levantamento do carro.
De resto a experiência com o carro foi excelente, pelo que recomendo a Eldan vivamente.
Consulta aqui os preços.

Israel em 7 dias – O que visitámos
Israel é um país apaixonante. Poderíamos visitar durante um mês que haveria sempre algo novo para ver e fazer!
Não foi fácil conseguir “encaixar” tudo aquilo que queríamos visitar, nos 7 dias que lá estivemos, sem esquecer que era verão, e como tal queríamos aproveitar a praia também.
Ainda assim acho que a viagem foi perfeita em termos de aproveitamento de tempo, pois conseguimos fazer praticamente tudo o que tínhamos planeado.
Escolhemos dividir a viagem em quatro partes:
- Telavive
- Jerusalém e Belém (Palestina)
- Distrito Norte (Nazaré, Galileia)
- Distrito Sul e Mar Morto
Em próximos artigos, vou descrever com pormenor tudo o que vimos em cada um destes lugares!
Israel em 7 dias – Segurança
A questão da segurança deverá ser o que suscita mais dúvidas ao público em geral, quando falamos de viagens a Israel.
Normalmente o país não é noticiado pelas melhores razões, mas depois da nossa experiência, confirmei que a imagem que nos chega através da comunicação social é, por vezes, algo diferente da realidade. Felizmente fomos numa altura em que o conflito estava mais calmo, pelo que não ouvimos uma única sirene nem qualquer outro sinal de confronto.
Para dizer a verdade, e principalmente em Telavive (lugar onde passámos mais tempo), se não soubéssemos do contexto, eu acharia que era uma paz total e constante naquela terra!
Sentimos-nos sempre seguros, alias, talvez um dos países onde senti mais segurança até hoje. Andámos imenso a pé pela cidade, de dia e de noite, sempre sem qualquer problema, até porque a presença policial nas ruas é constante.
Ainda assim, são totalmente desaconselhadas deslocações a lugares como a área fronteiriça da Faixa de Gaza, os Montes Golã ou Jerusalém Oriental por exemplo, por serem zonas de maior instabilidade e tensão.
No que diz respeito a estradas, Israel tem uma rede bastante satisfatória, sendo relativamente simples e rápido chegar a qualquer ponto do país.
Ainda assim, é importante ter o máximo de atenção ao circular em estradas junto ao território controlado pela autoridade palestiniana. Com efeito, conduzir um veículo de matrícula israelita para fora das estradas controladas por Israel é extremamente perigoso, além do que é proibido pela lei israelita.
De qualquer forma irei detalhar sobre este tema no artigo sobre Distrito Sul e Mar Morto.

7 dias em Israel – Informações úteis
Moeda – Novo Shekel ILS (4,02 Shekel = 1 Euro)
Fuso horário – Mais 2 horas do que em Portugal
Idioma – Hebraico (língua oficial), Arábico (falado pela minoria árabe), Inglês (língua falada pela maioria da população)
Telecomunicações – Adquire um cartão SIM israelita em SIMtoIsrael.
Não me canso de dizer que Israel é um lugar fantástico. O verão será a melhor altura para visitar, porque apesar do muito calor que se faz sentir, permite desfrutar das fantásticas praias de águas mornas que o país tem para oferecer.
Ainda assim, para quem a praia não for importante, julgo que evitar os meses de Maio a Setembro será uma boa ideia, pois o tempo fresco permitirá passeios mais agradáveis. Os invernos em Israel são bastante amenos com pouca pluviosidade, pelo que é um destino “para 365 dias por ano”.
Quanto a mim, o verão israelita conquistou-me, oxalá tenha oportunidade de voltar um dia.